16 novembro, 2010

A pedra, o Pedro e eu

Estava eu brincando na rua de jogar pedra. Sabe aquela brincadeira boba de fazer de conta que joga pra frente, em alguém, mas na verdade você joga pra trás? É essa brincadeira infeliz... que acabei acertando nos olhos do Pedro, um senhor esquisito, de óculos.   "Gentem" quando percebi a lente quebrada e o sangue escorrendo, corri feito gente grande, direto pra casa, meu refúgio. Entrei normalmente como se nada tivesse acontecido, liguei a tv,  o ventilador, o rádio, (se tivesse algo mais pra ligar) ligaria, eu precisava abafar o meu medo de ter cegado o homem. Foi então que bateram palma em frente casa, olhei pra me certificar e era o próprio. Minha mãe me perguntou quem era, eu respondi que era um "cara" vendendo carnê do baú (eu sabia que ela não iria perder tempo com ele). Me tranquilizei. Para minha surpresa! Quem entra? Meu pai com o dito cujo do lado! Era o meu fim... Meu olhar meio cruzou com o dele, que já era fechado de tão inchado. Eis que meu pai me fala:
-Vou levar o Pedro no doutor, me espera! Fazer o quê? Mil coisas se passaram em minha cabeça: fugir, mentir... sei lá, só sei que fiquei ali, esperando meu veredito, minha sentença. Por alguns momentos esqueci, mas quando me lembrava, escorria um fio de suor em minhas costas. Como é difícil quando erramos (mesmo sem querer). Se não me falha a demora a espera durou mais ou menos umas 4 horas, meu pai o levou ao médico, a farmácia e em casa, NÃO na casa dele, mas na minha, pra eu ver o estrago e claro pra eu pedir desculpas, o que fiz de coração. Depois disso tudo, levei uns tapinhas. Alguns dias depois encontrei o "seu" Pedro na rua, não sei porque ele atravessou tão rápido, talvez porque tenha levado 8 pontos...

Moral da história, não importa o quanto erramos, o importante é não fugir da verdade, do perdão!

2 comentários:

  1. Dri amada, sou sua fã, sua amiga e por esses e vários outros motivos deixo aqui registrado o quanto gosto de ler, ouvir... continue nos dando esse prazer, viajo, rio, choro...

    Bjos.

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  2. Não há quem não recorde, em algum momento especial da vida, as lições que recebeu. Os gestos, as atitudes, as palavras dos pais permanecem vivas, apesar e além do tempo...são esses exemplos que nos orientam em muitas decisões...
    Abraço.

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Receberei seu comentário com muito carinho. Obrigada!