Existem momentos eternos, que ficam em nós como se acabassem de acontecer. Em
mim vários são. Um deles entre meu pai e eu:
– Pai quantas estrelas existem no céu?
– Muitas, muitas...
– Será que posso ter uma?
– Quantas, você, quiser!
– Pai, quando o senhor irá morrer?
– Quando chegar a hora!
– O senhor sabe quando será a sua hora?
– A qualquer hora! Por quê?
– Para eu não me esquecer de despedir e escolher uma
estrelinha para você!
Meu pai:
– Todas as noites nos despedimos antes de dormir. E a morte
é isso, um sono, um descansar de existir aqui! E como as estrelas eu estarei
brilhando em você.
Fiquei um bom tempo pensando e torcendo para ele não
se cansar logo. E quando aconteceu não pude me despedir. Penso todos os dias:
ele dorme, dorme feliz e brilha em mim. Talvez seja por isso que amo tanto as
estrelas.
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