23 maio, 2012

Houve um tempo

Houve um tempo


Houve um tempo que eu sorria com facilidade e quase nunca chorava e quando chorava era de alegria. 
Houve um tempo em que eu não tinha tempo para me preocupar. 
Houve um tempo que eu parava para observar a natureza; para atender minhas vontades, para brincar, para abraçar um amigo, jogar conversas ao vento, para deixar as tarefas para depois e ler um livro, para dar de presente esse mesmo livro. 
Houve um tempo em que eu era a melhor pessoa para ser companhia, para acompanhar o desfecho de uma história e dar o meu ponto de vista. 
Houve um tempo em que eu falava com Deus, como quem fala com o melhor amigo. 
Houve um tempo em que eu amava a humanidade e acreditava que éramos realmente irmãos. Houve um tempo que as flores coloriam minha vida. 
Houve um tempo que eu sonhava com o tempo ao contrário, que ele traria o meu amor e seria para sempre. 
Houve um tempo em que eu falava sem pensar, mas nunca magoava ninguém, hoje penso e magoo mesmo assim. 
Houve um tempo em que eu era criança e queria ser gente grande. 
Houve um tempo em que eu não sabia que os pais morreriam, eu acreditava que eles nos acompanhariam por toda vida. 
Houve um tempo em que dormíamos de janelas abertas vendo as estrelas e a lua. 
Houve um tempo que televisão era diversão, não companhia. Houve que o computador era para trabalho apenas, não para conhecer alguém.
Houve um tempo que andávamos nas ruas, nas estradas e não precisávamos pagar. 
Houve um tempo em que a palavra era sim ou não, simples assim
Houve um tempo em que fui imensamente feliz. 
Houve um tempo.



   
Foto: divulgação internet

11 maio, 2012

A arte de confiar



Eu posso ser compreensiva com muitas coisas, menos com a traição. É ai que entra a coragem de confiar...

Todos nós estamos sujeitos a errar, cair... Nem por isso trair. Quando a palavra é tão forte quanto às atitudes, fica difícil quebrar um segredo, quebrar uma aliança, uma amizade...

Faço por merecer, busco confiança em tudo e em todos.

Sou de uma coragem tamanha, sem meio termo, sem mais ou menos. Não fico em cima do muro, não vacilo no que sinto, no que quero... Erro, tropeço, mas trair é ir além de mim. 

Um dos defeitos ou (das qualidades) que sei que tenho é a confiança, até que se prove ao contrário, e quando isso acontece, esqueça meu nome, porque com certeza esquecerei o seu.

Foto divulgação internet 

Mãe


Quero uma concha grande que me caiba inteiro e que dentro dela exista o essencial. 
Que de tanto amor eu não precise sair, que o frio não me alcance, nem o medo, nem a fome... 
Que nada perturbe a nossa semelhança, que eu não seja eu sem essa casca, essa proteção e que o mesmo querer eu tenha de você.  
Que de tanto apoio sejamos apenas um, mesmo sendo dois e não haja cobrança, nem interrupção, nem hora e em qualquer hora possamos confiar que esse mundo é o melhor lugar.

Quero voltar em ti e viver assim... sem nenhuma suspensão de você, mãe.
Foto divulgação internet

10 maio, 2012



Existem momentos em que temos que persistir e muitas vezes chegar à exaustão. Por pessoas, por algo. Não por elas propriamente dito, mas por nós. Se der certo foi porque ambos tentamos. Senão, foi porque um de nós tentou sozinho. 
Lute até não aguentar mais.



Foto divulgação internet

09 maio, 2012

Sopro


Hoje eu desejo que Deus sopre alegrias em sua vida.

Não uma alegria externa, mas aquela que o coração sente, acalma... de uma sagacidade tão verdadeira que os olhos alcance mais que verdades, mais que beleza, alcance anjos. E nisso sinta segurança para crer no hoje, em você.

Corra com os pensamentos tristes, despeje água fria no medo, na angústia, lave sua alma, como quem lava trajes de criança e pendure no varal com a certeza de que nada e ninguém podem tirar de você aquilo que é seu: sua vida.  E por ser ela uma só, faça festa, enfeite, respeite, aceite... aceite o sopro de Deus.  

Faça, mereça, enriqueça seu coração. 




04 maio, 2012

Fui


Da janela tão aberta, tão crua, tão nua.
Vezes santas, vezes mantas, vezes sem fim.
Noutras sem nada ver, sem nada ter, com tamanho fenecer.
Ali posto de guarda, tipo sentinela, com sentimento de criança, sentindo sem saber definir.
Sem maldade, com igualdade querendo "se descobrir" o que se passa fora de mim.
Será igual, real?
Ora vem a graça, o sentir e ensaiar o adejo, desejo de subir.
Ora vem o sem graça de ter que escanchar a janela... 
Deixá-la partir.

A menina foi embora daqui.

Foto divulgação internet 


02 maio, 2012

...ida




Ainda bem que existem caminhos dos quais não precisamos voltar, somente seguir. Emergir a força de não querer passar na mesma estrada. Não por medo, mas por coragem. Uma coragem de uma nova bagagem de quem conseguiu carregar a trouxa e aprendeu onde pôr os pés. 
Existem coisas que não necessitamos reviver, não existem porquês. Sim, se você sabe quais são os panoramas e dos dramas, por que voltar? 

Ida


A ida que já fui
fugido.
Ida da volta, dei,
Com mel adocei.
Intriguei, voltei, 
ousei, amei, errei.
Ida, finda o dia.
Lamentei.
Ida sem volta.
Sem ti.
Ida, daí o dia.
Despedida.


Foto: divulgação internet