25 novembro, 2010

Meu Amado Patrão!

Há alguns anos  fui trabalhar em uma imobiliária, como secretária. No primeiro dia que foi pela manhã fui entrevistada pelo dono e em seguida já comecei. Ele me mostrou minha mesa, me disse o que faria, me deu todas as coordenadas, em seguida fui na estante onde ficavam as fichas de clientes e na mesa de reunião ao lado lendo o jornal estava o "patrão". Num silêncio total, toca o telefone (aquele antigo cinza) levei um susto e derrubei pastas, papéis... Fui em direção do telefone, tropecei, derrubei cadeira, canetas... Me recompus e fui atender o dito cujo, quando finalmente o alcancei dei com ele no meu queixo (imaginem a pancada: tuc), rapidamente o coloquei na posição (só que foi ao contrário), virei e consegui pronunciar: Imobiliária...(antigamente as pessoas esperavam o tempo que fosse numa chamada). A pessoa do outro lado me perguntou o número, eu respondi 234 56 7... (cansada, parei um pouco) e ela completou 8? Não 1. Agora imaginem tudo isso sendo assistido pelo dono. Mas calma, ainda não acabou. Disfarcei e continuei "meu trabalho" quando finalmente chegou um cliente, todo arrumadinho de terno, nariz empinado, lá foram eles pra sala de reunião, quando o patrão me pediu para servi-los de água e café (a copeira tinha faltado). Com bandeja nas mãos fui meio devagar (não sou boa nisso), toda educada fui servir o "home" - foi café pra todo lado! Na ânsia de corrigir, acudir peguei papel toalha e tentei limpar, secar a roupa do coitado, grudou de um jeito... Com um olhar, tipo suma daqui, sai de fininho. Eu tremia tanto, que parecia que estava tendo um ataque, mas não sou mulher de fugir por muito tempo, voltei e me desculpei. Algumas horas depois, ligou alguém pedindo pra falar com a Nene, respondi que não havia ninguém com esse nome. Novamente ligaram e dei a mesma resposta. Bem, desistiram; foi então que o patrão me disse que se alguém ligasse para filha dele Célia, era pra eu passar a ligação, eu disse que ninguém havia ligado para ela, somente para uma tal de Nene, ele me disse que Nene era o apelido da filha... Como eu iria saber? Nessas alturas fui arrumar minhas coisas, afinal com certeza depois de tudo isso eu não seria contratada. Ele, Sr. Osvaldo Simões, me disse até amanhã! Quase cai e não resisti, perguntei: mas mesmo depois de todos os ocorridos? Ele  me respondeu: havia muito tempo que eu não ria tanto, você está contratada!

Trabalhei durante dez anos, com essa pessoa maravilhosa, que muito me ensinou (claro que aprontei muitas atrapalhadas) mas nunca houve uma bronca ou advertência, houve sim, muitas risadas, cumplicidade, amizade... Obrigada meu amado Patrão!

Um comentário:

  1. Dri, eu sei o que o seu "patrão" passou, porque passo o mesmo hoje! Mas com certeza, eu sou feliz por ter você. Todo dia o dia inteiro, ufa!!

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Receberei seu comentário com muito carinho. Obrigada!