06 abril, 2011

Zuleica




               Normalmente, chego ao trabalho mais cedo, antes mesmo dos outros colegas. Porém, o Nelson que geralmente chega bem depois, já estava e parecia atento aos afazeres e de repente me chama para me mostrar uma cachorrinha que havia aparecido na oficina. 
                    Segundo o Nelson, que dizia entender de cães, era de raça. Entramos numa disputa ferrada para ver quem ficaria com a cachorra.
                        Comprei uma coxinha, coloquei água, afaguei. Ele apareceu com ração, coberta, pratinho próprio (não sei da onde ele tirou tais apetrechos).
             Continuamos na dispusta: Ele falava que a viu primeiro, portanto, era dele. Eu falava que era minha. 
                 Como a oficina era aberta, não tínhamos como mantê-la. Ele todo solicito sugeriu que eu a deixasse na Kombi dele, claro que eu teria que limpar depois.
                 Passamos o dia na maior discussão. Indo toda hora levar água fresca, ração. 
                 No final do expediente o Nelson disse que eu deveria ficar com a cachorrinha e até nos levaria para casa, desde que eu lavasse a Kombi, colocasse o combustível, pagasse a cerveja. Aceitei, afinal era de raça.
              Passaram alguns dias fui com minha mulher almoçar na casa do Nelson.
              Conversa vai, conversa vem a mulher dele me pergunta como está a Zuleica. Fiquei sem saber de quem se tratava. Já a minha mulher teve um chilique:
             – Quem é Zuleica? Você está aprontando? Quem é essa tal de Zuleicaaaa?
              Não sei!
             Foi uma situação difícil. Sabe mulher quando despenca no falatório? E já estava pronta para ir embora.
            O Nelson tentava mudar o assunto, mas a mulher dele insistia e a minha me fuzilava com os olhos. Foi quando ele não aguentou e começo a rir, dizendo que a Zuleica era a cachorrinha que, gentilmente – me deu.
        Conclusão ele fez toda aquela cena para se desfazer da cachorra que por sinal, era uma peste. Tirava roupa de varal, revirava lixo, comia sapato... Fiquei tão p. com ele que me fez lavar o carro, pagar o combustível e as cervejas e ainda por cima cuidar daquele animal insano. Na mesma hora fui para casa e trouxe a Zuleica de volta.


Mas fala sério, que amigo da onça ou da Zuleica?

8 comentários:

  1. É isso ai Dri, vamos rir, vamos crer que tudo será melhor. Confiança, fé...
    Vc escrevendo já é engraçado, imagine ele contando.

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  2. È isso ai animo...
    Que legal com um amigo desse não precisa de mais nada!!!muito bom
    bjssss

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  3. Ri muito com essa história. Achei ótima essa do Nelson. E é bom te ver no lado mais humorístico...

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  4. hehehehehe, ahhhhh, mas eu não devolveria a Zuleica jamais kkkkk


    Um beijooooo!

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  5. Zuleica, ninguem merece! ta doido!
    a história é ótima!

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  6. Zuleica!Amei o nome!Imagino a cara da danada, no mínimo ficou revoltada com o nome que teve! rsrs

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  7. quando existe amor, não tem espaço para o egoismo!

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  8. Tadinha da Zuzu !!!

    Se eu te contar, tenho uma tia Zuleika !!!kkkk
    Fiquei com dó dele devolver a Zuzu.

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Receberei seu comentário com muito carinho. Obrigada!