15 outubro, 2011

Qualquer dia

Um dia desses quero acordar e não me preocupar
Quero não fazer nada de mais sério
Não olhar e nem me incomodar com o tempo
Com as horas
Quero mergulhar num rio transparente
Ficar ausente de todas as dores
Sentir vazio de chateações
Não ver maldade, nem saudade
Ficar isenta de veracidade
Depois sentar em nuvens
Observar o passante
Classificar as nuanças
Ver as mudanças
Quieta, sem pressa
Quaisquer dias desses vão estar inertes
Os agressivos, sem nenhuma reação
Não terão meios de atuarem
Ficarei assim...
Só observando e quem sabe questionando:
Por que não foram sempre desde modo?
Talvez sejam como eu, sem tempo para enxergar
Que tudo acaba. 
Que qualquer dia não existirá mais dia.



4 comentários:

  1. Seria bom o mundo ou quem vive no mundo saber que tudo passa.

    Seria bom essa consciência de valorização do todo, do que temos, daquilo que não se tem, mas se conhece.

    Seria bom sentir varias vezes o quando todas as coisas são importantes e incrivelmente frágeis.

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  2. Por vezes eu tento ter um desses dias...Eu tento. Não sei se alguma vez o consegui. Acredito que sim. Só que hoje as preocupações são tantas que já não me lembro se tive o dia desses...
    Como habitualmente o seu poema me cativou. Como habitualmente fico seduzido pelas suas palavras...

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  3. Quantas vezes somos convidados a não fazer nada, apenas ver o dia passar, de não termos hora para nada e tempo para tudo. Mas se não dermos tempo e esse tempo, o tempo passa e quando nos dermos conta, perceberemos que esse tempo não volta pois perdemos tempo procurando o tempo.
    Bjos
    Miguel

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  4. Obrigada pela visita mas esta vida tem mesmo de ser uma vida partilhada.
    mas a partilha existe mais na pobreza é triste mas é verdade


    um beijo

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Receberei seu comentário com muito carinho. Obrigada!