Eu
não sei ficar calada. Mesmo quando não posso falar, meus pensamentos não param,
sempre ficam tagarelando. Rio dos absurdos que eles dizem, das conclusões que
nunca terminam. E das muitas e muitas vezes que me questiono quanto ao meu
comportamento, quanto ao meu querer. Não, não sou instável nas decisões, sempre
chego junto do que pronuncio, mas os adágios viajam em cada sentença, em cada
vírgula e quase sempre sem ponto final.
Nos raros momentos
de menor confusão, questiono a classificação de prioridades e necessidades.
Faço no maior silêncio para não despertar meus prolóquios, mas não adianta: ele
se desperta numa velocidade tamanha, na maior ganância e atropela meu instante de
marasmo.
E a cada amanhecer
recomeçam minhas inquietações, principalmente as de achar soluções para aquilo
que muitas vezes não me pertence, que não é meu. Muitas vezes, embora a
dissolução que penso para os outros seja sempre mais perfeita do que realmente
pode ser.
Só me resta conviver com meu lado pensante e
pensando, pensando... Escrevo para não enlouquecer.
Nada do que temos é de fato nosso. Idéias, pensamentos, inquietações. Isso sim pode nos pertencer, mas se fica dentro, não sai e acaba morrendo, como tudo. Expresse suas reflexões, principalmente as aflitivas. Faça de seus adágios, dádivas, comunhão com todos e seja feliz por isso.
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