“Ando
estranhamente estranha em relação ao estranho mundo em que vivo”.
Já vi
amores pulcros sendo destruídos e como fumaça se desmancharem no ar. Fico me
questionando quanto à promessa “até que a morte nos separe”, quando ninguém,
aparentemente, tenha morrido. Como pode? Se, em tão pouco tempo, era dividido:
companhia, carinho, afeto, amor, corpos, almas... Agora a divisão são os bens e
a distância.
Vejo,
vivi amizades que jurei (juramos) eternas. E a eternidade foi quebrada como
vaso sem flor. Juramos um cuidado santo e a santidade foi castigada, como
pecado, como crime pela separação.
Ando
estranhando a fala das pessoas que se contradizem, que esquecem os valores,
cortando laços com faca, com foice, com dentes.
Ando
estranhando o clima, o tempo.
Acho
estranho, irmãos de sangue não respeitarem um ao outro por opção de vida,
quando o que deveria contar é apenas o amor.
Acho estranhos,
os pais que esquecem que são pais e também são filhos de alguém.
Acho
estranho, guerras, brigas por crenças, por jogos, por ambição.
Acho
estranho perder alguém que já foi parte de nós, da nossa casa, da nossa
história.
Quem foi?
Quem era? O que sobrou?
Um
estranho, apenas!