Luto,
luto
Bem
na véspera do Natal, pessoas próximas perderam entes queridos e no lugar da
festa, houve-se luto. Coloquei-me na dor da separação. A morte é uma separação
física, emocional, real...
Fiquei
pensando na definição de luto. Segundo o dicionário:
Pesar pelo falecimento de algum ente
querido.
Roupa ou faixa, geralmente preta, que
exprime esse pesar.
Tristeza profunda.
Ou ainda:
Luto, presente do indicativo do verbo
lutar.
Quando eu
ainda era criança, via a morte como quem vê a viagem de alguém, ou seja, a
pessoa foi viajar para um lugar bonito. Ou simplesmente, a pessoa dormiu um
sono muito pesado, eterno.
Tive um irmão
que morreu bebezinho, com oito meses, só me lembro de que fiquei feliz porque
eu iria passear de carro. Pouco entendia
as lágrimas dos meus pais. Quando já adulta entendi a perda. Senti saudade da minha inocência.
Por outro
lado, luto todos os dias. Luto comigo mesma, com perdas pela morte, com perdas
pela vida. Às vezes perdemos alguém sem ela morrer. “Este ano fiz algumas
perguntas sobre perdas e não obtive respostas, mas é bem isso mesmo, algumas
respostas não nos convêm”.
Perdi muito,
quebrei coisas sem importância, como copos, pratos, mas quebrei também a cara e
o coração. Perdi pessoas que dormiram o “sono profundo”, perdi pessoas que
quebraram minha confiança, que quebraram um pedaço da louça em mim.
Enfim, a vida
é luto, luto constante.
Sempre penso
que “doemos” demais, damos muita importância para coisas que nos dão sem ao
menos ter pedido:
Um amor que morreu, sem morrer de
fato.
Uma traição de quem nos jurou
fidelidade.
Uma ideia errada, de quem não conhece a verdade.
E o tempo
passa, a dor diminui, às vezes até passa. Fica a saudade, fica a lembrança,
fica o que você deixar ficar.
O que desejo para todos, incluindo a mim:
Viva o hoje, seja fiel. Todos terão o mesmo
destino, sem exceção, portanto, ame, exagere apenas no amor, porque o luto é
certo.
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