Acordo
sempre em cima da hora e lá começa a correria, a rotina. Quase sempre é a mesma
ordem, a mesma sensação de fazer, fazer... E aquele vazio de falta tempo, falta
energia.
Dia outro, outro dia e os acontecimentos se acumulam nas impressões que
dei ou me deram. Talvez haja sobras, talvez haja falta, mas que sempre haja a
mesma sentença: o que vale ser é ser o que se é. Ora otimista, conquistador,
verdadeiro, guerreiro, crente... Ora pessimista, inconquistável, falso, fraco,
descrente. Onde é necessários tirar de dentro um exército de muitos ‘eus’ para
prosseguir na usança vida. Usar o lado afame de ganhar o contento do tempo e
com esse mesmo tempo se aprende a conviver.
Uso caras, uso bocas, uso alma, uso corpo. Uso e abuso do que posso, sem
medir, nem invadir o espaço alheio. Recomeço sabendo que vez ou outra o mundo
vira de ponta cabeça, cai-se o juízo, a certeza.
Adormeço,
esqueço e acordo em cima da hora... E faço dessa rotina o hábito bom de
viver, porque mesmo sendo repetição tiro a graça do sem graça; coloco cor no
cinza, invento que sou melhor do que pareço e credito e acredito no modo de
todo ser, ser.
Dou à vida a chance de me surpreender com tudo que vale a pena.
Mereço!